sexta-feira, 16 de maio de 2008

Simba José - O Início

Simbinha foi recebido no dia 07-05-2006, pelas 19 horas da tarde, quase noite, para que ninguém visse, porque a própria dona Srª. Maria, ou seja a dona da Gata Farrusca, mãe biológica de Simbinha, não queria que ninguém soubesse, ela não teve coragem de matá-lo, e a Farrusca (gata) nunca trouxe aquele gatinho para mostrar a dona, trouxe os outros três gatinhos, mas a Srª. Maria andava desconfiada com a sua gata que de vez em quando desaparecia com os filhotes, e uma vez que ela apareceu, trouxe os três gatinhos pela boca, um de cada vez, mas a Srª. Maria, desconfiou/contou que algo de estranho se passava porque havia sempre o gatinho a miar aflitamente, ia espreitar e os gatinhos estavam bem com a gata, mas ficou sempre com uma dúvida, um dia espiou o esconderijo, e foi aí que descobriu aquele bichinho que nem pêlo tinha, e como viu que a gata não o alimentava, não ligou, mas pelo sim pelo não contou à vizinha que frequentava sua casa todos os dias, mas até estava com certo receio de dizer o que se passava, aos vizinhos que passavam por perto e perguntavam que miar aflitivo era aquele ela dizia que aquele gatinho era um castigo de Deus, então abandonou-o à sua sorte por conta e risco. Mas à vizinha que ia à sua casa confidenciou: - “a minha Farrusca pariu um gato esquisito, e eu não tenho coragem de matá-lo, vou deixá-lo lá na fazenda, para que Deus se encarregue de sua morte. Essa vizinha, de nome Adelaide alertou-a logo que não fizesse isso, que alguém podia querer cuidar desse gatinho, e que se a mãe gata não o matou à nascença talvez o estivesse a proteger e se calhar esse gatinho teria era algum problema que precisa-se de ir ao veterinário e mencionou o nome da vizinha da frente (menina Rita é assim que as pessoas me chamem lá no campo) dizendo-lhe que talvez ela quisesse cuidar desse gatinho, porque ela tem a casa cheia de gatos e até leva-os ao médico, ou o médico vem à sua casa, disse-lhe ainda: - aqui à dias ela recolheu um gatinho que já estava dentro do caixote do lixo, todo cheio de feridas. A dita senhora ficou indecisa e disse para a amiga Adelaide: - nem vou falar disto a mais ninguém porque isto, não é normal, e se eu não quero este animal, ninguém vai querê-lo.
Passou-se dois dias a mãe encontrou-se por acaso com a Srª. Adelaide, que fez a conversa na paragem do autocarro, e contou pormenorizado o que se estava passando e até disse que tinha falado no seu nome, mas a Srª, Maria não fez por mal, agiu friamente, mas a vizinha, vigiou sempre o gatinho, e assim que a mãe soube nem pensou mais, só que nesse dia tinha que vir trabalhar e pediu à Srª. Adelaide para às escondidas ir lá vigiar o gatinho de dia e localizar bem o lugar, porque era dentro da fazenda da Senhora, mas elea como amiga tinha permissão de lá entrar e foi vigiando o gatinho até que a mãe pudesse chegar ao fim de semana e ir lá buscá-lo, ia conversar com as filhas e o marido mas combinou com ela a maneira de se encontrarem um dia mas tinha de ser á noite.
Nesse domingo por acaso era dia da mãe, e a mãe tinha a filha mais velha (Rita) no Porto a estudar, e apesar dela estar longe, também ficou sabendo do episódio e que também apoiou a mãe a ir buscar o tal gatinho, tive o apoio de todos nesta decisão, porque lá em casa é preciso fazer turnos para cuidar dos animais, e nesse INESQUÉVIL E LlNDO DIA DA MÃE, aconteceu a vinda de Simbinha para nossa casa.
Foi muito bem recebido e acarinhado, em nossa humilde casa, que tem sempre lugar para mais um 4 patitas que esteja abandonado ou seja rejeitado pelos humanos, mas tão desumanos.
Seu primeiro transporte foi num saco de plástico preto, mas mesmo não querendo que ninguém soubesse Simbinha denunciou-se, miava que até parecia um rouxinol, quando a mãe o viu, nem queria acreditar no que estava a ver, um gatinho tão pequenino, indefeso, como podia ter tanto azar no seu início de vida, como ás vezes a própria natureza é capaz que pregar estas partidas, e porquê aquele gatinho ter acontecido aquilo. Tinha uns olhos azuis, que mais pareciam umas luzinhas a brilhar, umas orelhas muito grandes, mas não se mexia, a mãe entrou em pânico, não sabia o que fazer, nem mesmo como se aproximar dele, fui um dia inesquecível e uma experiência única.
Simbinha estava todo sujinho, cheio de bichinhos (tinha mais de 200 pulgas que foram tiradas uma a uma, a mãe chorava que dava dó), e chorando ia comentando como “a vida tinha sido tão cruel com aquele gatinho indefeso” e ainda por cima cheio de feridinhas, suas pernitas, não tinha mais tamanho que um dedo da mão da mãe, aliás assim que a mãe pegou nele ele começou a xuxar no dedo da mãe, ele cabia na palma da mão, lambeu tanto a mão da mãe e depois tentou se aconchegar na mão fez por adormecer, e a mãe continuava a pensar: é tão pequenino até parece um ratinho, mas desde o primeiro momento houve logo uma simpatia e um calorzinho entre a mãe e o gatinho (Simbinha).
Em minutos tudo se resolveu, Simbinha parou de miar e xuxava como que sugar o dedo da mãe, veio para casa, arranjou água quente na sua pia da casa de banho e colocou Simbimnha, na água, ele não se manifestou, deixou dar-lhe o banho quentinho e gostoso, limpar suas feridas e foi embrulhado numa toalhinha dos gatos que já existia em casa, depois a mãe um pouco de leitinho, ele bebeu tudo muito rápido, quando a mãe viu ele a tentar lamber o pires, desatou a chorar, suas lágrimas caiam em sua cabecita, e Simbinha ergueu-se, semi-deitado tentou apanhar as lágrimas, e lambê-las, mais a mãe chorava, mais Simbinha se inclinava para tentar apanhar aquelas lágrimas, mas seu corpito ficava todo tortinho, dava dó de vê-lo. Depois a mãe arranjou uma caixinha de papel e colocou-o lá nessa noite até vir ao médico no outro dia. (há continuação na história da minha vida) capítulo 1.
Nunca mais vou esquecer aquele dia da mãe de há dois anos, foi nascer um filho, aprender com ele a saber cuidar de um gatinho diferente e aceitá-lo, porque ele tinha e tem uma força de viver que é uma graça da NATUREZA e um testemunho de vida ainda que diferente, mas é um gatinho valente, corajoso, meigo.
Gostar de animais nem toda as pessoas gostam, e temos que respeitá-los, mas há também os que gostam ou adoptam gatinhos mas têm de ser perfeitos, e da cor que querem, se possível até uma raça xique, para ser um bibló lá de casa, ou um brinquedo para o filho se entreter, agora se o gatinho(a) tiver algum handicap, aí a coisa complica, não é bem aceite nem pela comunidade animal, nem pela sociedade incluindo os veterinários, que logo à partida nem tentem arranjar um tratamento adequado, é logo diagnóstico frio e cruel.
Esse gatinho é anormal, é deficiente, não tem hipótese de viver muito mais tempo e é melhor para si e para ele pô-lo a dormir, mas eu Maria Rita, nunca aceitei que em caso algum eutanasiasse gatinhos meus que tinha estado doentes por uma ou outra razão, e decidi naquele dia também contrariar a médica. Depois de tanto insistir lá a médica prescreveu, NEUROBION, ANANASE E QUE SE ELE ESTIVESSE VIVO, VOLTASSE LÁ DALI A OITO DIAS, MAS QUASE QUE TINHA A CERTEZA, QUE EU VOLTARIA LÁ ANTES PARA EUTANASIAR MEU GATINHO.
Mas eu, nem só não voltei nos oito dias previstos, como nunca mais levei meu gatinho a essa SPAD.
Hoje Simbinha tem 2 anitos, é tratado com um veterinário do Brasil, responsável pelo site http://www.vetcar.com.br/, e posso dizer com todas as letras e com um coração feliz, um sorriso de canto a canto, que a atitude que há dois anos tive, voltaria a ter hoje em dia, apesar de muitos obstáculos e contratempos, valeu a pena tudo o que fiz, e continuarei fazendo, pesquisando informações, ou alternativas para cuidar de meu Simbinha.
Simbinha tem-me dado uma força e uma energia positiva, mostrando sua vontade de viver, seu miar e seu olhar terno é um tesouro que eu não quero perder. Oxalá que Deus me dê forças e saúde para continuar a cuidar do simbinha (Rei não Leão mas “O REI SOBREVIVENTE E FORÇA DA mãe NATUREZA. Testemunho de amor e exemplo de fé, com sua vontade própria, mesmo que a vida não tenha sido fácil nos seus primeiros dias. Rita Ferreira

3 comentários:

Anónimo disse...

És realmente um gato muito lindo e cheio de força! continua a lutar pela vida, com todo o amor que recebes vais conseguir! Estou muito muito comovida com a tua história. A tua "mãe" tem um coração enorme, quero aqui deixar todo o meu apoio e respeito, deve ser uma senhora LINDA!!!

Anónimo disse...

Ainda não tinha tido oportunidade de ler a história toda do simbinha, mas agora devo dizer-lhe D. Rita, que é uma pessoa 5 estrelas, e tenho a certeza que todo o bem que tem feito a esse gatinho lhe vai ser pago pela Mãe Natureza em dobro. Graças a Deus que ainda há pessoas de muito bom coração. Bem haja!

Anónimo disse...

Simba és uma força da natureza! Um exemplo de luta pela sobrevivência. Não são só os humanos a ensinar coisas aos animais, temos muito que aprender com eles. Obrigada D.Rita por nos dar a conhecer esta bela história.